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sexta-feira, 18 de junho de 2010

Reporter Douglas Araujo radio comunitária de castelo de sonho entrevista o ex-governador Blairo Maggi



Reporter Douglas Araujo radio comunitária de castelo de sonho entrevista o ex-governador Blairo Maggi





Douglas: Qual a importância da visita em companhia com Antonio Carlos Pagot, secretário do DNIT, a BR 163, visto q o Sr esteve em companhia com o governador





E falaram sobre toda a demanda, q até 2011 vai afastada a BR 163?






Blairo Maggi: a 12 anos atrás eu passei aqui nessa região com um grupo de produtores de MT e 78 caminhões carregados de soja e fomos até Miritituba, foi uma aventura bastante grande naquela época e nós desde então começamos a trabalhar mais firme e com mais determinação, pra gente fazer com que essa estrada tornasse uma realidade. Mas antes de chegar nesse período eu sempre tive a cabeça de matogrossense, de ver a estrada pronta pra escoar nossos produtos, soja, algodão, milho, bovinos, suínos, aves que nós produzimos muito. Mas andando por aqui naquela época eu percebi que toda a estrada tinha mais coisas do que simplesmente exportar cargas, porque aqui viviam milhares de pessoas que não tiveram a oportunidade de fazer curso, de melhorar a sua vida, porque não tinham como sair daqui, não tinham como escoar. Muitos aqui jogaram fora a sua juventude, perderam seus filhos, com malária, como essas que na época não tinha nenhum hospital hoje ainda também tem grande dificuldade, então, vendo tudo isso começamos a trabalhar muito pra transformar isso em uma realidade. Fui eleito governador dois mandatos no estado do MT, trabalhamos muito pra isso, mas agora nesse segundo mandato também do presidente Lula, num acordo político que nós fizemos e com a indicação do Luis Antonio Pagot, para a Coordenação Geral do Dnit, foi possível fazer com que o desejo dos Mato-grossenses e a necessidade dos Paraenses e a determinação política do presidente Lula de sair simplesmente da vontade pra prática, foi trabalhado muito com as licenças ambientais, ainda temos alguns problemas, mas a BR 163 hoje é uma realidade, eu estou vindo de carro desde Cuiabá, aqui dentro do Pará até Guarantã tá praticamente pronta a estrada na sua divisa, mas todos os trechos estão sendo trabalhados, aqueles que não estão trabalhando, agora dia 11 começam a trabalhar, então eu diria o seguinte que essa fase ruim e negra que essa região viveu de desalento, de não ter quem olhasse pra eles, está chegando ao final, muito mais próximo de resolver e eu acho que vai ser muito bom pra economia brasileira, pro povo que vive aqui e principalmente pro Brasil resgatar o compromisso que o governo fez na época da década de 70 quando trouxe milhares de pessoas aqui, jogou aqui nessa região e falou: olha, eu vou construir uma estrada pra vocês, virou as costas, não fez nada e deixou todo mundo aqui “a ver navios”, então, o governo brasileiro ele acaba resgatando um compromisso que fez com a população e eu me sinto feliz também de poder participar desse movimento não só agora mais a anos atrás também.






Douglas Araujo: O Sr deixou o governo em “lua de mel”, tanto o governo federal quanto o governo estadual, ficou tudo tranqüilo. Essa promessa de até 2011 Luis Antonio Pagot entregar a 163 em “blocos” como foi noticiado na imprensa, será possível na sua opinião?






Blairo Maggi: Eu creio que sim, as empresas que estão aí, que eu conheço praticamente todas que estão aqui, elas são empresas muito boas, mas empresa boa, faz obra se tem dinheiro e Luis Antonio Pagot disse o seguinte pra gente: o recurso para a BR 163 está reservado, o presidente Lula já colocou isso aqui no PAC, não há problema nenhum, então, o que nós temos que fazer? Nós temos que acelerar a construção, nós temos que entusiasmar as empreiteiras que estão ai porque quanto mais rápido eles trabalharem mais rápido vão receber o dinheiro e a gente vai virar obra própria, então, é isso que nós desejamos e queremos.






Douglas: o quadro político hoje do MT , a perseguição contra a policia federal, algumas coisas que vêem acontecendo que é do seu conhecimento, ainda ontem em Sinop, o governador em exercício Silval Barbosa recebeu várias cartas de abuso de autoridade por exemplo, da policia federal, isso não vem enterrar alguns projetos que tem ainda o governo do estado pra realizar pra BR 163?






Blairo Maggi: nós lamentamos muito o ocorrido, e o TRF que é o órgão acima do Juiz Federal da região de MT, já mandou liberar todo mundo. O problema é que a policia federal, a justiça federal e o ministério público federal, tem algumas idéias diferentes das questões ambientais. Eu sofri muito já no estado de MT por isso. A legislação ambiental ela é muito complexa, é cheia de normas, de regras, de portarias, e eles tem aquele método diferente dos técnicos da Secretaria de Meio Ambiente do Estado de MT, e vira e mexe eles vem com essas operações que não levam em absolutamente nada, só cria intranqüilidade, gera desconfiança e os passos que o governo deu na construção de um novo modelo ambiental no estado de MT eles são voltados pra trás por algum tempo. Nós temos que acabar com isso, eu tenho defendido muito porque na questão do pacto federativo, essas questões ambientais tem que ser dado ou ao Estado ou a União o poder de cuidar e legislar, não podemos mais ficar nessa questão da legislação concorrente, é o governo do Estado, é o governo Federal, é o município, aí vem a Justiça federal, justiça estadual, ministério publico federal, ministério publico estadual, policia federal, policia civil, policia militar, uma confusão que ninguém entende.






Douglas: Sexta feira agora haverá mais uma operação?






Blairo Maggi: Não, não creio, é que se cria um terrorismo no sentido: ah, vai haver mais uma operação e “mais isso e mais aquilo”, o Estado de MT vive um momento de regime democrático de absoluta tranqüilidade, a ultima operação grande que tivemos de questão ambiental foi 2005 aonde depois disso o governo chamou a sociedade e disse: olha, nós temos que andar nesse caminho, nessa direção. Construímos um programa novo chamado “MP Legal”aonde os produtores estão vindo para esse programa. Agora, diz eles que tem 60 planos de manejo que tem problema, ora, se tem 60, nós temos mais de seis mil, e daí como é que se pode dizer que simplesmente 60 pessoas que fizeram coisa errada e eu tenho certeza que na hora de apurar isso não vai achar seis que tem problema. E aí vem que quer jogar a imagem de um estado, a imagem do setor produtivo lixo abaixo, rio abaixo, porque eles acham que não estão certo, não é assim, quer fiscalizar, fiscalize, quer investigar, fiscalize, mas não vai fazer essas operações “espetaculares” pra sair na mídia, pra dizer que perdeu mais gente. Onde é que já se viu dizer que tem uma quadrilha de 91 pessoas. Eu fui visitar o meu ex secretário que foi preso, tem gente lá que nunca se viu, nem se conhece, nem sabe o que “ta” acontecendo, então é muito ruim isso, eu acho que o Brasil tem que mudar essas questões. Por exemplo ontem, na cidade de Sinop, um juiz estadual que não tem nada a ver com o caso, foi lá no presídio onde estavam presos os empresários dos servidores públicos e mandou raspar a cabeça das pessoas. Onde é que nós estamos, nem na ditadura tinha um negócio desses. Estamos vivendo um estado de policia policialesco e que nós temos que reagir contra, não vamos simplesmente aceitar esse tipo de situação. O estado do MT anda no caminho da legalidade, quer trilhar no caminho da legalidade e não aceita esses atos arbitrários.






Douglas: Eu acompanho sempre os noticiários do Sr como mega empresário da soja e também o Sr tem o titulo de “O maior devastador da Amazônia”, esse titulo cabe ao Sr?






Blairo Maggi: De forma nenhuma, eu tenho minhas atividades agrícolas, quando falam isso de mim, estão se referindo ao Estado de MT. O Estado de MT por muitos anos foi um Estado que abriu muito, ele tem uma capacidade muito grande de produção, só que todo mundo se esquece de ver o seguinte: MT tem 64% do seu território, igual Deus fez, somando, deixando o Pará de fora que vocês são muito grandes, mas sempre soma, Rondônia, Acre, Amapá, Roraima, nem a somatória das florestas que eles tem da a floresta que o Estado de MT tem. Nós produzimos soja, somos o maior produtor de soja do país, somos a industria de etanol boa, somos os maiores produtores de algodão e segundo maior produtor de milho, com 8% do território em atividades agrícolas, mas que devastação é essa? O que nós temos que defender é que nós temos que produzir alimentos, vocês aqui em Castelo não produzem óleo de soja, vocês muito pouco produzem arroz e precisam comer, de onde vem isso? Tem que vir da terra, de algum lugar, então, eu defendo esse lado, tem que preservar, tem que preservar, mas tem que produzir também. O caminho é achar o meio termo, o bom senso, conservação com produção e é isso que o MT faz muito bem, usamos apenas 8% do território, por ser o maior produtor agrícola do país, se isso é ser devastador, então, eu não sei o que é preservar, eu acho que simplesmente dizer assim: vamos cuidar da floresta, vamos preservar isso, preservar aquilo e deixar as pessoas passar fome, também não é justo, não é justo sacrificar as pessoas que vivem hoje, em nome de gerações futuras que a gente nem conhece, temos que preservar pro futuro? Claro que temos. Mas nós também temos o direito de produzir, de comer, de viver bem, de se vestir, de ter um estado e um país que tem renda, não se tem renda, se não se tem produção, essa que é a verdade e muita gente não consegue entender isso.






Douglas: O que representa a BR 163 pro Sr:






Blairo Maggi: pra mim representa um impulso muito grande na economia do Estado de MT, milhares e milhares de hectares que já estão abertos e que não produzem porque não conseguem sair pro Sul com essa mercadoria e representa pra vocês aqui do Pará, dessa região a “redenção”, como eu disse antes, representa inclusive para o governo federal, resgatar um compromisso que ele fez na década de 70 com o povo que veio pra cá.






Douglas: Na década de 70, como o Sr colocou, o governo chamou o pessoal pra BR 163 para integrar para não entregar, hoje eles são tratados como bandidos, como o Sr ver essa situação?






Blairo Maggi: a tua palavra ta correta, quer dizer, veio pra cá, foram chamados, foi dito a eles para o projeto nacional, foi dito a eles como deveria ser feito a ocupação: comecem a derrubar as suas áreas, se você não derrubar, você perde e começa nas águas, pra acabar com a malária e acabar com as doenças tropicais que tinha, as coisas mudaram e eu concordo que elas mudem, o mundo inteiro mudou, eu também mudei, nós temos que mudar, não podemos criminalizar aqueles que jogaram numa regra diferente, temos que fazer inclusive as mudanças e fazer a correção das coisas que estão erradas, de fazer a re-vegetação das águas que foram dos córregos, temos que fazer? Claro que temos, eu já “to” fazendo nas minhas propriedades, mas eu tenho recurso financeiro pra fazer e aqueles que não tem, vão ser colocados na cadeia porque fizeram aquilo que o governo disse a eles anos atrás pra fazer? Não, precisa ser dado tempo, ser dado crédito aos subsidiários criar as condições pra isso, o problema é que as pessoas querem o resultado pra “amanhã” e pra “amanhã” não dá, tem que ser pra “depois de amanhã”, tem que ser com algum tempo, então eu defendo, mais uma vez, preservação, conservação aliado ao desenvolvimento, pra mim, em primeiro lugar “ta” o cidadão, “ta” o homem e o homem só vem em primeiro lugar se ele tiver como produzir, como sustentar seus próprios filhos, como botar comida na mesa pelos seus próprios trabalhos, pelo seu próprio braço. Programa Bolsa Família é bom? É muito bom , eu gosto, mas tenho certeza que aqueles que estão no programa hoje, não gostariam de está amanhã, gostariam de poder com seu próprio suor, tratar da sua própria família e isso precisa ocupar terra, precisa fazer produção agrícola e movimento industrial, políticas de assentamento, não sou contra assentamento, eu acho que todos tem que ter um direito a terra, o país é imenso, 61% do nosso território é amazônico, nós viemos aqui com apenas 27 milhões de habitantes, dentro desse território cabe a Europa inteira e nos criticam todos os dias como se nós fossemos bandidos, como você disse, as pessoas vieram pra cá pra ocupar, pra não entregar essa Amazônia pros outros, agora todo mundo virou bandido? Não, eu não concordo com isso.






Douglas: o Sr deixou o PPS para o PR, pela situação política ou por uma questão pessoal?






Blairo Maggi: eu deixei por uma questão política, na época o meu presidente, hoje é presidente ainda do PPS, ele não concordou com a minha posição de defender a candidatura do Presidente Lula pro segundo turno em 2006, isso depois de nós termos aprovado em convenção do nosso partido, na época o PPS, que todos os Estados estariam livres para apoiar quem quisesse, claro, se eu to livre eu posso apoiar quem eu quero, eu fui apoiar o Presidente Lula até porque tínhamos um grande entendimento político de desenvolvimento regional e local, depois ele não aceitou e ameaça expulsar, bom, antes que me expulsem eu vou embora, não há problema nenhum, aonde eu não sou bem visto, aonde eu não sou querido, eu não vou, foi o que aconteceu, fui pra outro grupo político, outro partido, estou ajudando compor esse partido e to muito feliz, muito contente no arco de aliança que me encontro nesse momento, tenho o respeito do Presidente da Republica, da nossa candidata Ministra Dilma, que nós vamos trabalhar muito pra que ela seja a nossa presidente, o país não pode perder o ritmo do crescimento e desenvolvimento que ta vindo e eu lamento que o Roberto Freire jogou fora um grande partido que tava sendo construído com o governador de Rondônia, governador do Amazonas, governador de MT, senadores, deputados estaduais, federais, centenas de prefeitos, jogou tudo fora por uma teimosia, quem perdeu foi o PPS.






Douglas: Qual a mensagem que o Sr deixa hoje pra esse povo sofrido e esquecido pelo Estado e pelo governo Federal?






Blairo Maggi: Bom, a minha mensagem que eu deixo é de que nós devemos ser otimistas, eu sei que o sofrimento é grande, a desesperança as vezes toma conta das pessoas, mas nós devemos ser otimistas, estamos muito mais próximos de resolver os problemas que pareciam insolúveis o que era no passado e aqui eu quero deixar um “compromisso” com o povo de Castelo de Sonhos, quando eu passei aqui a 12 anos atrás eu, que tinha um pensamento de só ter a estrada pra transportar grãos, percebi que não, que nós tínhamos que fazer a estrada pra resgatar a cidadania das pessoas e vou disputar uma das vagas no Senado Federal no meu estado, são duas vagas como o Pará tem também e eu vou trabalhar muito pra ser eleito Senador, uma vez eleito Senador eu vou trabalhar pela questão das emancipações dos municípios como esse. Não é possível que um distrito a mil e cem quilômetros da sede, o que vocês tem aqui? Vocês não tem absolutamente nada, a prefeita que é a prefeita desse imenso município, Odileida Sampaio, que é quase presidente do Uruguai, porque esse território é do tamanho do Uruguai, ela não tem condições, por mais boa vontade, eu nem a conheço, mas duvido que por mais boa vontade que ela tenha que ela tenha condições de fazer os enfrentamentos que tem, então esse município tem que surgir, ele tem que aparecer, porque vai vir FPM, vai vir verbas estaduais, os deputados vão colocar emendas aqui e precisam fazer um município, uma cidade, não só esse, tantos outros que precisam ser feitos com muita rapidez, com muita consciência, com muita tranqüilidade, as pessoas aqui já sofreram demais e sabem o que querem, querem um município pra poderem votar no seu prefeito, nos seus vereadores e dizer: olha, o nosso caminho é esse, o que nós queremos e desejamos é isso, e dizer por vocês aqui no Pará, também no MT nós temos isso, não a 1.100 km, mas a 400 km, 300 km, nós temos municípios iguais e que tem condições tranqüilo como tem Castelo de Sonhos de ser emancipado. Então eu quero deixar aqui o meu compromisso, uma vez eleito Senador da Republica, eu não esquecerei dessa nossa entrevista, desse nosso momento, dessa reunião que estou participando porque fica um compromisso de poder ajudar.






Douglas: o Sr falou que é pré-candidato ao Senado, eu gostaria que o Sr me falasse, como o Sr ver hoje o cenário político de MT?






Blairo Maggi: Muito favorável hoje ao meu substituto, ao que me sucedeu, Silval Barbosa, pra que ele vá disputar a reeleição, hoje ele lidera todas as pesquisas das intenções de votos, no Estado de MT chegando a 38%, colocando mais 10 pontos já no segundo colocado, então ele tem todas as condições de se eleger nosso governador, nós temos condições de fazer dois senadores, tanto eu quanto o amigo, deputado Abicalil, que é o do PT que vai me acompanhar na chapa e fazermos a grande maioria dos deputados federais e estaduais, a base do nosso estado, as prefeituras, dos 141 municípios, acho que 135 apóiam esse projeto, tem compromisso com esse grupo político. Nós fizemos um governo de 8 anos que não discriminamos nenhum município, nem os que são contrários politicamente, não discriminamos, todos receberam atenção do Estado , receberam asfalto na cidade, máquinas rodoviárias pra fazer suas estradas, consórcio rodoviário, saúde, educação e atenção, todos receberam, portanto o estado de MT vive um momento muito interessante politicamente e eu acho que nós vamos conseguir vencer essas eleições, eu não sei se com tranqüilidade, mas o importante é que nós vamos vencer as eleições.











Por: Douglas Araujo- Castelo de Sonho

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